Cabe ao professor compreender o
processo da aprendizagem da matemática e alguns aspectos para sua
concretização. Ele deve conhecer primeiramente seus alunos.
O aprendizado da Matemática está
muito ligado à aquisição de habilidades linguísticas. O número, a medida e o
espaço são construções que a criança elabora enquanto bagagem hereditária e na
interação com os outros e com o meio ambiente. Assim, as primeiras experiências
de matemática na escola devem estar baseadas no aproveitamento do conhecimento
que a criança traz consigo; no manuseio de objetos, observação e ações; na utilização
de material concreto, de modo a favorecer o pensamento intuitivo. Muitas atividades
podem aproximar as crianças da matemática
como: manuseio de materiais, reconhecimento e contagem de objetos, organizar e
brincar com tampinhas, blocos, jogos, dominós.
É preciso auxiliar a criança a
transformar em interiorização sua ação sobre o concreto, organizando sua
atividade cognitiva com vias a passar da ação à representação (abstração). Para
isto, é importante verificar sempre o nível de compreensão do aluno, partir
sempre do conhecimento já adquirido por este; respeitar o seu ritmo de
aprendizagem e considerar todas as respostas emitidas, assim se poderá
compreender como o raciocínio está sendo elaborado. Um mesmo conceito a ser
apreendido deve ser apresentado de diferentes formas, maneiras. O conceitual do
número é formado por variações cardinalidade; ordinal idade; contagem um a um;
contagem por agrupamento; percepção de semelhanças; de diferenças; de inclusão;
comparação de quantidades; representação numérica, entre outros.
É necessário criar situações onde
o aluno estabeleça relações entre relações,de modo que ele faça construções
renovadoras e assim aproprie-se da compreensão de um conhecimento através de
discussão de ideias e testando hipóteses. Assim a criança ira desenvolver seu raciocínio,
memória, concentração e autonomia.
É interessante também o manuseio
de objeto de contar e de comparação de quantidade. Enfim é muito importante que
o professor motive seus alunos.
A aprendizagem será possibilitada
a partir do momento que os professores conquistem a confiança e oportunizem a
afetividade entre si e os seus alunos, contribuindo para o desenvolvimento da
autonomia e oportunizando o desenvolvimento cognitivo dos educados. Para
Valente (1998, p.92), “o mecanismo de construção do conhecimento”.
Alguns exemplos de como trabalhar
com Ordenação dos nomes aprendidos para a enumeração
dos objetos, utilizando-os na sucessão convencional, não esquecendo nomes e nem
empregando o mesmo nome mais de uma vez;
A americana Karen Fuson (1991) investigou, com detalhes, a
evolução entre contagem e cardinalidade, em crianças de idade variando entre
dois e oito anos e seus resultados deixaram evidente a importância dos
procedimentos empíricos para a constituição da quantificação e da contagem para
a construção do número. Para a pesquisadora, muito antes de construir o número
de um ponto de vista lógico, a criança encontra as palavras-número em uma
variedade de situações entre as quais vai estabelecer ligações e identificou
sete situações: cardinalidade; de medida; ordinalidade; contagem
(no sentido de etiqueta numa correspondência biunívoca); sequencial (recitar
apenas as palavras-número); simbólica (apenas a leitura de um numeral) e
como código (canal de TV).
Fuson (1991)
estabeleceu que a contagem é um instrumento cultural utilizado pela criança
para construir os conceitos de número cardinal, ordinal e de número-medida,
quando se trata de coleções de média dimensão.
Para a Educação Infantil,
o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (MEC, 1998), trouxe
aos educadores um conjunto de princípios cujo eixo educacional traduz-se como
bom processo educativo na pré-escola. Neste documento um dos eixos é o da
Matemática, o que justifica a importância desta área, na qual o educador vá
direcionar sua ação educativa para o desenvolvimento do pensamento lógico
matemático. Para que isto seja possível, o professor deve conhecer como as
crianças desenvolvem o pensamento matemático e como estas comunicam ao mundo
que as rodeia quando falam a sequencia de números e contam.
Conforme Vygotsky (apud Kupfer, 1993) a aprendizagem é o processo pelo qual o
indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, entre outros, a
partir do seu contato com a realidade, o meio ambiente e as outras pessoas.
O
professor deve encorajar a criança a opinar, participar ativamente dos jogos e
atividades, respeitando a espontaneidade e estimulando o pensamento, a
criatividade. Kamii (2008) considera a importância de desenvolver a autonomia
nas crianças pequenas para que elas possam ser mentalmente ativas para
construir o número. Nesse aspecto, o papel do professor é fundamental, pois ele
vai encorajar os alunos a expor o pensamento sem medo do julgamento prévio do
adulto, mas agindo de acordo com suas escolhas e hipóteses.
Na educação infantil é
essencial a elaboração de uma rotina, algo que facilita o trabalho do professor
e ainda proporciona segurança ao aluno. No eixo de Matemática, em especial, o
Referencial Curricular Nacional (1998) sugere que o trabalho seja organizado em
três maneiras: as atividades permanentes, as sequências didáticas e, por fim,
os projetos. Destaca ainda, que as atividades permanentes são atividades
regulares, não necessariamente diárias, como exemplo, a utilização do
calendário. Para Kamii (2008) essa situação escolar é chamada de Vida Diária,
onde o professor proporciona momentos de trabalho com a Matemática, porém de
forma contextualizada
e significativa. Essas atividades, além de serem significativas para as crianças devem apresentar desafios constantes, aumentando o interesse na participação. O Referencial Curricular Nacional (1998 p.236) traz informação de que: “É preciso lembrar que os jogos de construção e de regras são atividades permanentes que propiciam o trabalho com a Matemática”.
e significativa. Essas atividades, além de serem significativas para as crianças devem apresentar desafios constantes, aumentando o interesse na participação. O Referencial Curricular Nacional (1998 p.236) traz informação de que: “É preciso lembrar que os jogos de construção e de regras são atividades permanentes que propiciam o trabalho com a Matemática”.
Quando o processo de
ensino-aprendizagem acontece em um ambiente favorável, rico e harmônico a
criança se torna mais segura, confiante e sujeito de seu próprio conhecimento,
carregando saberem sólidos e preparada para aprendizagens futuras.
REFERÊNCIAS
Educar em Revista,
Curitiba, Brasil, n. Especial 1/2011, p. 109-124, 2011. Editora UFPR
FUSON, K. Relations
entre comptage et cardinalitè chez lês enfants de 2 à 8 ans. In: BIDEAU, J.; MELJAC, C.; FISHER, J. P. Les
chemins du nombre. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1991. p. 159-179.